quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Enzo Perez box to box



Jesus vê o futebol de modo muito próprio,muito particular.É um treinador que assenta no ataque a sua filosofia de jogo e que tem grande apetência pela profundidade nos corredores laterais e também no corredor central.
Adaptar Enzo Perez que é um rompedor,um homem de 1x1 à posição de médio centro é mais uma indicação da apetência de Jorge Jesus pelo ataque e pela intensidade ofensiva pretendida nos 3 corredores
pelo treinador do Benfica.A verdade é que ninguém pode acusar o técnico de ser incoerente pois o mesmo reage sempre à adversidade aumentando o poderio ofensivo da equipa.Se nos lembrarmos,a dificuldade em encontrar um lateral esquerdo esbarrou sempre também no perfil pretendido para o lugar depois da saída de Fábio Coentrão pois fica sempre a sensação que Jesus mais deseja um extremo adaptado(pendor ofensivo) que um defesa lateral que preconize o equilibrio entre a ação defensiva e ofensiva.Volto a afirmá-lo,podemos concordar ou não,mas não podemos acusar o técnico de ser incoerente.
Quanto à substituição de Witsel,desta vez,o técnico parece ir longe demais na procura de intensidade ofensiva em quase todas as zonas do terreno de jogo pois num esquema onde praticamente só defendem os centrais e um médio posicional à frente dos mesmos,é impossível não desequilibrar a equipa ao alterar as características do jogador a desempenhar a função de 8 e também  porque Matic não é Javi e de posicional tem muito menos que o espanhol.É preciso fazer circular a bola e dar largura ao jogo sob risco de se tornar demasiado previsível o momento ofensivo do Benfica e sujeitar-se a repetidos contra-ataques sem as devidas compensações para fazer face aos mesmos.
Tenha sido ou não acertada a decisão do árbitro em assinalar penalty no 2º golo da Académica,a verdade é que o lance nasce de um contra-ataque da Briosa quando esta se encontra já em inferioridade numérica.
Não quero fazer leituras precipitadas até porque o jogo é o momento e a decisão de cada jogador pode pesar muito mais do que o «plano» da equipa principalmente porque naquela fase já a emoção tinha tomado conta das operações,a verdade é que Jorge Jesus tem pela frente,pelo menos até dezembro,a possibilidade de ser(ou não) «o mestre das táticas».Veremos!






sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Jornada inaugural


O 1º jogo reveste-se sempre de uma atmosfera diferente.É o culminar de um periodo intenso de trabalho durante o qual são trabalhados muitos aspetos que não voltarão a ser tão detalhados durante a época por não haver tanto tempo e porque também cada jogo define um pouco do nosso trabalho no micro-ciclo seguinte(nem sempre).A vontade de verificar a assimilação desses processos é grande e no fundo é a primeira vez que são testados a sério.
Também na vertente competitiva existe uma «pressão» acrescida para começar bem o campeonato pois todos sabemos que no aspeto anímico um resultado positivo nesse jogo ajuda muito a aumentar a confiança da equipa.
No entanto o treinador na minha opinião deve ser capaz de relativizar as coisas e encarar esse jogo como uma parcela de competição onde se deve procurar atingir o objetivo máximo sim mas não deixando nunca de considerar o campeonato como uma prova de regularidade.
É um jogo importante não por ser o primeiro mas sim por estarem 3 pontos em disputa que devem ser conquistados.
Dar uma importância desmedida ao primeiro jogo pode retirar serenidade a todo o grupo e não permitir com isso que o mesmo se apresente na máxima força.
Sob ponto de vista emocional apenas me ocorre que poder viver estes momentos de maior tensão e concentração são como «pão para a boca» para um competidor e todos os momentos como estes devem ser aproveitados ao máximo.

Se alguém(agente desportivo ou não) quiser dar a sua opinião,é favor comentar!


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Estado de graça



Sá pinto vive ainda em estado de graça?
Não me parece!
Todos os treinadores estão dependentes dos resultados de cada jogo disputado,hoje mais do que nunca.A avaliação que se faz do trabalho de um treinador profissional hoje baseia-se em 2 ou 3 fatores que não são por si muito elucidativos a saber a sua imagem,o seu discurso(flash-interview) e mais um ou outro ainda menos importantes.Acima de tudo isto estão os resultados,são estes que vão dizer jogo a jogo da competência do treinador pelo menos aos olhos do grande público.
Obviamente que não é possível avaliar o desempenho de um treinador sem ter oportunidade de acompanhar e «por dentro» o seu trabalho diário.
É justo?
Contrariamente ao que se possa pensar,não é tão injusto assim porque,na verdade,todos conhecem as regras e aceitaram as mesmas.
Ricardo Sá Pinto é exatamente o mesmo treinador que foi uma lufada de ar fresco no futebol do Sporting ao suceder a Domingos,resistiu à derrota na final da taça perante a Académica mas inicia esta época já com esse handicap.Em futebol existe uma memória de elefante quando se trata de recordar inêxitos inesperados como foi o caso atrás citado.
O mau início neste campeonato está a agudizar a desconfiança em relação ao trabalho do treinador do Sporting que tem hoje a mesma imagem,o mesmo discurso..........e é o mesmo treinador.
O futuro de Sá Pinto será ditado pelos resultados tal como é o de todos os treinadores em todos os clubes.
O futebol profissional para o bem e para o mal é um meio onde se tomam decisões e não se aceita a derrota,é na realidade um exemplo de pragmatismo para outras áreas de atividade económica do nosso país.
Pura e simplesmente,é para ganhar e ponto final!


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Nova era:sem Hulk



Eu penso que Vítor Pereira é um bom treinador que paga o preço da imagem que hoje infelizmente define a taxa de popularidade de uma figura pública sobrepondo-se a uma análise mais cuidada ao seu desempenho profissional.Veja-se o caso de Fernando santos que tem também ele o condão de não apresentar uma imagem confiante durante os jogos o que lhe valeu sempre em portugal uma desconfiança generalizada que acabou por levá-lo a trabalhar na Grécia com o êxito que é do conhecimento de todos.
O treinador do Porto tem também um comportamento durante os jogos que à primeira vista não se associa a uma pessoa que domina as suas emoções e que premedita calmamente todas as suas ações.No entanto relembro que é este homem que relegou Rolando para o banco preferindo Maicon apesar do constante desagrado do público do dragão,foi ele que não permitiu a Álvaro Pereira atos de indiscplina de conhecimento público e que poderiam «minar» o balneário,foi também ele que quando se viu a perder no estádio da luz alterou para 3 defesas sem nenhuma hesitação....enfim decisões que revelam todas elas uma boa dose de autoconfiança e capacidade técnica.Tudo isto para dizer que se alguém tem capacidade para fazer a transição para um Porto sem hulk essa pessoa é sem dúvida o treinador do clube.
O problema é que neste caso não estamos apenas a falar de novos equilíbrios em termos táticos pois Hulk nunca trouxe nenhuma mais valia específica para a movimentação geral da equipa no momento ofensivo e muito menos quando a equipa não tinha a bola em seu poder.
O problema é que Hulk pura e simplesmente nos últimos anos foi diferente de qualquer outro na liga. 
O problema é que o jogo é antes de mais dos jogadores e aí Hulk é insubstituível.
Deixo uma pergunta no ar:alguém acha que não há insubstituíveis?


domingo, 9 de setembro de 2012

A bola do lado do Jesus



Ao vender 2 jogadores de meio campo neste plantel já de por si tão desequilibrado o Benfica criou 1 problema difícil de resolver.
Quem é o jogador mais difícil de substiuir?Witsel?Javi?
Penso que independentemente da qualidade dos 2 jogadores as suas respectivas funçoes dentro do campo determinam a sua ordem de importância dentro da equipa.O treinador do Benfica vê no trinco um jogador posicional que tem por principal função compensar todo o elan ofensivo do ataque da equipa quer no balanceamento das alas quer na profundidade que ele pede também no corredor central ao seu meio-campo ofensivo.Javi não entrava no processo ofensivo da equipa a não ser como referência dentro da área na execução de bolas paradas(com sucesso).Witsel era o box-to-box da equipa,o elo de ligação entre defesa e ataque,o principal ponto de equilibrio do meio campo e sobretudo o transportador de bola quando a posse só por si nao resolvia o problema.Em Witsel tudo era perfeito faltando ainda melhorar o seu rendimento na zona de definição de forma  a rentabilizar as inúmeras vezes em que ele aparecia em condções de fazer o golo.
O plantel tem muitos jogadores de qualidade para preencher o meio campo e considero possível com muito trabalho «recriar» 1 Javi,já quanto a desempenhar a função de 8 com a qualidade que Witsel mostrava não me parece muito possível,pois Aimar é um 10 puro,Carlos Martins é um 8/10,Matic será em princípio a opção para 6....não está fácil!
É um desafio para o treinador do Benfica mas sem alterar características do 6 e/ou 8 não me parece possível!


ps:vamos comentar e trocar saudavelmente opiniões

sábado, 8 de setembro de 2012

A época desportiva 2012/2013 ainda mal começou, disputaram-se apenas alguns amigáveis, e já deu para entender que este ano os adeptos benfiquistas podem esperar mais do mesmo do seu timoneiro. Jorge Jesus, já se sabe, rejubila com troféus menores, exalta com recordes e é especialista em encontrar positivos até nos piores momentos. 

E este arranque de temporada só pode ser explicado com uma tentativa do treinador do Benfica em alcançar mais um troféu sem valor: o título de campeão da pré-época. Senão vejamos, este é, de acordo com os dados na página do Zerozero, o somatório, até ao momento, dos minutos jogados pelos jogadores do Benfica neste início de época (num total de, aproximadamente, 450´): - Luisão, 404´ - E. Garay, 404´ - Maxi Pereira, 392´ - Artur, 376´ - Javi Garcia 355´ - Axel Witsel, 326´ - O. Cardozo, 317´ - Melgarejo, 314´ - Bruno César, 260´ - Nolito, 242´ - Ola John, 235´ - Carlos Martins, 210´ - Nico Gaitán, 201´ - Luisinho, 137´ - Yannick, 128´ - Javier Saviola, 118´ - Nélson Oliveira, 118´ - Alan Kardec, 102´ - Enzo Perez, 81´ - Paulo Lopes, 74´ - Jardel, 46´ - Miguel Vítor, 46´ - Pablo Aimar, 46´ - N. Matic, 23´ - Rodrigo Mora, 23´ (Não incluo aqui, como é óbvio, as estatísticas do jogo contra a fome). 

Analisando estes dados, parece claro que Jorge Jesus já tem o seu 11 praticamente definido. Mas, se não é nestes encontros que o treinador do Benfica vai dar oportunidade a outros jogadores para ganhar ritmo de jogo, para se tornarem opções viáveis para qualquer eventualidade numa época longa, em que o Benfica estará de novo envolvido em quatro frentes, quando o fará? Sabendo como Jorge Jesus gosta de espremer os seus jogadores favoritos até à exaustão, na procura das goleadas a acrescentar aos seus recordes pessoais, fará sentido que Luisão, Garay e Maxi Pereira contem já com 90 minutos completos em três dos cinco jogos* de pré-época? Este desgaste não se fará sentir no decorrer da temporada? Está ainda bem fresco na memória dos adeptos benfiquistas a forma como o Benfica se afundou nas últimas jornadas dos dois últimos campeonatos. Pode argumentar-se que como o Benfica tem um problema nas laterais Jorge Jesus não pode inventar. Mas, o problema é de hoje? Não. Durante a época anterior, Jorge Jesus nunca teve uma real alternativa para o Maxi Pereira (utilizou até Witsel em detrimento de André Almeida ou Miguel Vítor) e raramente confiou em Capdevila para substituir Emerson. 

Sendo assim, porque ainda não existem soluções? De quem é a responsabilidade no planeamento da época? (Na entrevista de Jorge Jesus ao jornal ´A Bola´ em Maio de 2012 vinha escrito a letras gordas que já se preparava esta temporada...) Ainda assim, nem que se tivesse de recorrer a juniores ou jogadores da nova equipa B, só entendo esta teimosia de Jorge Jesus em apostar, repetida e alongadamente, nos mesmos jogadores como, e aqui sou eu que insisto, numa tentativa de somar ao seu extenso currículo mais um ´campeonato de pré-época´. Depois de duas temporadas desapontantes, a margem de manobra foi encurtada e a paciência da maioria dos adeptos do Benfica está a esgotar-se. Jorge Jesus vai ter de, no final da época, apresentar algo mais do que uma Taça da Liga, uma boa prestação na Champions e uma factura relativa ao lucro obtido com a venda de jogadores. 


zero-zero

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Liderança e motivação





Liderar um grupo de futebol e motivá-lo não é na minha opinião um processo unilateral.Evidentemente existem técnicas para o efeito e são utilizadas,acontece que uma equipa de futebol é composta de jogadores,de pessoas,de amigos logo a relação treinador/jogador assume no futebol amador contornos que fogem a uma relação«normal» de trabalho,o que pressupõe  também que o jogador tem responsabilidade na motivação que existe no grupo de trabalho para atingir um determinado objetivo.Mais do que transmitir motivação o treinador deve traçar um cenário de trabalho que permite ao jogador envolver-se completamente e com isso passar a ser também ele um elemento extremamente importante na força mental do grupo.
O treinador não deve apenas motivar mas sim responsabilizar.Aí tudo se torna mais claro e o grupo de trabalho reagirá assumindo sem margem para dúvidas o alcançar de um objetivo vincadamente assumido por todos.
Liderar e motivar é dar e receber!É envolver e deixar-se envolver!

domingo, 2 de setembro de 2012

Ganhar é assim tão importante na pré-época?


Qual o preço que se paga ao direcionar o trabalho da pré-temporada para ganhar este ou aquele jogo de preparação?


A verdade é que o futebol é o momento e o ânimo que se ganha com as vitórias parece ser um combustível muito apreciado por todos os agentes do futebol.No entanto parece me que há aqui um contra-senso na medida em que não é possível muitas vezes conciliar a preparação de uma equipa de futebol em todas as suas vertentes com vitórias imediatas  pois é necessário se mais não fosse implementar um modelo de jogo e que eu saiba ainda não é possível fazê-lo estalando os dedos.É preciso estabelecer rotinas,trabalhá-las vezes sem conta e conseguir melhorar na continuidade.
No entanto reconheço que não é tão simples assim pois o chamado «moral» que se ganha com as tais vitórias é também uma boa base de trabalho sob ponto de vista mental e permite eventualmente abordar esta fase da época com mais determinação.
Tudo hoje é mais rápido e o futebol também mas quando se trata de preparar uma equipa de futebol penso que há etapas que não devem ser «queimadas» em detrimento de uma vitória num jogo particular qualquer pois este é um jogo de preparação e serve precisamente para preparar.
O treinador deve ter a capacidade de ver mais além e de preparar absolutamente a sua equipa para ganhar o 1º jogo oficial da época pois esse sim é verdadeiramente importante!
Não se iniba de deixar um comentário!Terei todo o gosto em partilhar ideias!