Pertencer a um projeto que se quer vencedor requer uma forma de encarar o trabalho de grupo que não está ao alcance de todos os jogadores.Tomar os objetivos do grupo como seus e dar de si absolutamente tudo para atingir os mesmos é de tal forma exigente que poucos são os jogadores à altura de um desafio verdadeiramente competitivo.Hoje,numa sociedade cada vez mais individualizada,não é fácil continuar a transmitir conceitos de vida altruístas e desinteressados pois cada vez mais estes valores caiem em desuso e são até incompreendidos pela maioria das pessoas.No desporto em geral e no futebol amador em particular veiculam ainda atletas com a capacidade de sacrificio necessária e dispostos a sofrer se fôr preciso sentados ao lado do seu treinador torcendo para que os colegas ganhem o jogo de forma a todos poderem festejar a vitória no final.
É preciso deixar bem claro que dentro de um grupo de trabalho não existem papeis menores,não existem «papeis maiores»,apenas existe uma vontade de vencer que supera qualquer contrariedade pessoal momentânea.Esta fidelidade a um projeto não traduz no jogador menos utilizado um défice de ambição pois naturalmente qualquer jogador vai lutar com unhas e dentes para ser opção ao domingo e poder viver o jogo por dentro e tirar assim ainda mais satisfação do mesmo.
Melhor dizendo o principal papel de um jogador menos utilizado é obrigar o colega a apresentar um rendimento elevado e assim aumentar o sucesso da equipa.
No futebol amador ainda existem estes «dinaussaros» que são uma lição de vida e eu felizmente conheço alguns.